segunda-feira, 8 de agosto de 2011

...

A cada som do elevador a subir
O coração palpita e deixo-me ouvir…
Os passos no corredor…
Na volta do silêncio e da dor!

A campainha não soa…
Não mais, nesta porta!
O som dos nossos olhos deixou de tocar
Há quanto tempo? Não o sei contar!

Na esperança incerta de te ouvir,
No pavor dos dias a porvir,
Fico sentada, esperando deixar de sentir
O vazio do meu eu, a partir!

Relembra a memória, os prenúncios,
Do selar de uma vida juntos…
Tínhamos nós a inocência e a alegria,
Desse nobre amor que nos unia!

“I was made for you”And I will always love you…

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Insignificância do significante


O mundo quis te dizer que este não era o teu lugar ...

E tu, insististe em dizer ao mundo, que ele nada era sem ti.

Mas ele não te queria ouvir, apenas que o deixasses estar...

Na sua infinita impureza, ele não se queria importar!

E procura banir-te sempre que o tentas chatear!


Qual é o teu lugar no mundo?

- Não sei...Parece-me que estás a mais!

Se não sabes o que fazer, procura os sinais...


As asas caem no chão...

Há muito que estavam danificadas.

Já não nasceram perfeitas, coitadas!

E tu querias acreditar que não...


Triste de ti que te iludes...

Deixa que corra o rio o seu rumo.

Não é possível que só tu o mudes!


Sussuraram-te ao ouvido, bem baixinho:

"Desiste! Ou serás mutilada até ao fim..."

Mas não quiseste ouvir e continuas assim...

A sofrer, a sofrer, só mais um bocadinho!


Um dia as forças cairão de vez nesse alçapão!

A ideia de que elas crescem é só uma ilusão!

A resistência te esmorece a razão,

Essa triste conselheira do seu meio-irmão.


O que farás tu quando deixares de ver

Essa visão que queres defender?

O que farás tu, quando tudo morrer nos teus braços?

Verás o teu fracasso total

E todo o teu eu aos estilhaços!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Desapego





"O sabor do desapego é a liberdade,
a relevância, a certeza de que só pertenço a mim.
Toda passagem é solitária."

Caminho a horas
procuro outro ponto de partida.
Caminho por lindas lembranças
chego a caminhos tortuosos
procuro a volta
não encontro.


Trôpega, ensimesmada,
persisto na caminhada, vejo outros caminhantes
cada um segue seus caminhos


Caminho a horas
procuro outro ponto de partida.
São tantos, não há mais aquele,
só vejo os rastros já concretizados
não há como redesenhá-los.


Caminho a horas
o caminho é só meu.
Caminhantes passam
só os vejo, não os sinto.
Ao meu lado, uma saudade liberta
dona de mim.


Caminho a horas
procuro outro ponto de partida,
mas ele não existe
não é concreto
é sentimento que corrói


Caminho a horas
a horas que não passam.
O adeus não é um ponto
não é uma partida.
É mesmo uma erosão
só o tempo comanda
sou só uma refém!


(de Sandra Salgado em http://www.simonemouramendes.com )

quarta-feira, 6 de abril de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Queria escrever poesia...mas não consigo!
Não sei o que sairá destas teclas mal tocadas...
Talvez ela ande a par com a minha vida, só a poesia existe quando ela existe!

Queria que soassem palavras como ondas no mar, daquelas que embelezam o horizonte num dia calmo, mas elas parecem presas num barco naufragado!

Que dizer depois do fim?
Nenhuma história tem fim...
Porque tudo se prolonga, naquilo que apelidamos de memória...
Essa memória que é um disco manhoso, pois não recorda os exactos momentos
mas aqueles que reconstruimos, como uma peça de teatro, para que tudo tenha outro encanto...
Mas o encanto, nos contos de fada, sempre se quebra!

Ou então, a bela adormecida acorda, depois de um sono reconfortante...

A diferença é que ela acorda para a realidade com que sonha
E nós, acordamos do sonho que queríamos, para a realidade!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dissabores inquietos

Gostava de poder gritar ao mundo
E ser ouvida!
Sem sentir a frieza,
Da pobreza da vida...
Gostava que o silêncio fosse quietude
E calma…
Nesse tumulto de zombies
E gente sem alma!

Gostava de poder deitar-me,
Sem pensar no amanhã.
Mas apenas na inércia do corpo deitado,
Ou apenas em nada…
Ser apenas esse corpo, sossegado,
Que deambula na cama, sem o querer.

Que importam os furacões alheios,
Se aqui tudo jaz em prazia ociosidade?
Nada mais é repleto de bem-estar
E de amena prosperidade,
Do que simplesmente, deixar estar…

Oh, alma pobre, de que te velas?
Não anda à chuva o pobre idoso,
Naquelas tristes e frias ruelas?
E tu corres ao lado sem o ver…

É mais fácil adormecer…
O que se segue é uma incógnita,
E não a pretendo conhecer.

Quero apenas estar…
No torpor da existência
E jamais confrontar
Essa tua ou minha essência…