quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dissabores inquietos

Gostava de poder gritar ao mundo
E ser ouvida!
Sem sentir a frieza,
Da pobreza da vida...
Gostava que o silêncio fosse quietude
E calma…
Nesse tumulto de zombies
E gente sem alma!

Gostava de poder deitar-me,
Sem pensar no amanhã.
Mas apenas na inércia do corpo deitado,
Ou apenas em nada…
Ser apenas esse corpo, sossegado,
Que deambula na cama, sem o querer.

Que importam os furacões alheios,
Se aqui tudo jaz em prazia ociosidade?
Nada mais é repleto de bem-estar
E de amena prosperidade,
Do que simplesmente, deixar estar…

Oh, alma pobre, de que te velas?
Não anda à chuva o pobre idoso,
Naquelas tristes e frias ruelas?
E tu corres ao lado sem o ver…

É mais fácil adormecer…
O que se segue é uma incógnita,
E não a pretendo conhecer.

Quero apenas estar…
No torpor da existência
E jamais confrontar
Essa tua ou minha essência…

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem! Já lhe apanhaste o jeito de novo!!!

Feliz disse...

:)