
Critica: Apesar de este filme incidir principalmente no papel da personagem Susana, é de muito mais interesse, pessoal e pedagógico, a personagem Lisa, interpretada por Angelina Jolie. Isto porque esta ultima se revela muito mais proeminente e cativa da atenção do publico durante todo o filme e, muito além disso, merece muito mais investigação a nivel psicológico...
A perturbação borderline de que é exemplificativa a personagem Susana está mal retratada, sendo de salientar mais, relativamente a esta personagem, o choque cultural que os seus comportamentos não convencionais, provocam naquela época, daí ela ser tida como louca e internada num hospital psiquiatrico.
Já Lisa revela-se uma personagem intrigante que reune condições para uma perturbação de personalidade narcisica e anti-social, muito pouco comum em mulheres, mas muito bem representada em estilo feminino.O filme refere que lhe foi diagnosticado sociopatia. Este termo, hoje em desuso, devido à conotação social que lhe era atribuída, remete-nos para o que designamos perturbação anti-social da personalidade. A titulo de curiosidade, uma análise mais profunda de Lisa, leva-nos a inferir o modelo parental a que foi sujeita na infancia: Lisa no final do filme, diz: “Há muitos limites a implorar serem excedidos (…) E faz-me pensar... Faz-me pensar. Por que ninguém excede os meus? Por que sou tão negligenciada? Por que é que ninguém tenta arrancar de mim a verdade e me diz que sou uma maldita pega e que os meus pais desejavam que eu estivesse morta?” Isto demonstra um sentimento de privação emocional por parte de Lisa, que refere sentir-se negligenciada e que os pais desejavam que “estivesse morta”, o que nos permite conjecturar a existência de pais pouco empáticos, pouco protectores, pouco afectuosos…A família de origem poderá ter sido emocionalmente distante, fria, rejeitante, imprevisível ou abusadora, criando a expectativa de que os outros não lhe proporcionaram um grau normal de suporte emocional. Lisa adopta um estilo cognitivo e comportamental oposto ao que seria de esperar, adoptando comportamentos narcisicos e anti-sociais, numa tentativa de compensação da sua privação emocional. Ao mesmo tempo, pode ser posta a hipótese da família de origem ter sido permissiva, sobre-indulgente, não impondo limites, caracterizando-se por falta de orientação, direcção e supervisão adequada. Enquanto criança, Lisa pode não ter sido levada a tolerar níveis de frustração ou desconforto normais. Embora parecendo, isto não é uma análise linear, nem tão pouco superficial, levou horas de análise dos seus comportamentos e frases, ditas ao longo do filme, através de uma base teórica e amplamente investigada por profissionais de saúde. Muito mais poderia ser dito acerca desta personagem e da sua componente psicológica e muito há para explicar acerca das inferencias aqui retratadas, mas não querendo ser enfadonha, convido a verem o filme com olhar atento e critico e, caso estejam interessados em saber mais sobre o conteudo psicológico, façam as questões no blog que terei todo o gosto em responder. Demais acrescento que adorei fazer esta análise e agradeço ás minhas colegas que me ajudaram - Juliana e Rita, amigas do coração, das horas más e dos trabalhos e, ao meu professor da cadeira de Terapias cognitivo-comportamentais nas Perturbações de Personalidade - Mestre Daniel Rijo.
A perturbação borderline de que é exemplificativa a personagem Susana está mal retratada, sendo de salientar mais, relativamente a esta personagem, o choque cultural que os seus comportamentos não convencionais, provocam naquela época, daí ela ser tida como louca e internada num hospital psiquiatrico.
Já Lisa revela-se uma personagem intrigante que reune condições para uma perturbação de personalidade narcisica e anti-social, muito pouco comum em mulheres, mas muito bem representada em estilo feminino.O filme refere que lhe foi diagnosticado sociopatia. Este termo, hoje em desuso, devido à conotação social que lhe era atribuída, remete-nos para o que designamos perturbação anti-social da personalidade. A titulo de curiosidade, uma análise mais profunda de Lisa, leva-nos a inferir o modelo parental a que foi sujeita na infancia: Lisa no final do filme, diz: “Há muitos limites a implorar serem excedidos (…) E faz-me pensar... Faz-me pensar. Por que ninguém excede os meus? Por que sou tão negligenciada? Por que é que ninguém tenta arrancar de mim a verdade e me diz que sou uma maldita pega e que os meus pais desejavam que eu estivesse morta?” Isto demonstra um sentimento de privação emocional por parte de Lisa, que refere sentir-se negligenciada e que os pais desejavam que “estivesse morta”, o que nos permite conjecturar a existência de pais pouco empáticos, pouco protectores, pouco afectuosos…A família de origem poderá ter sido emocionalmente distante, fria, rejeitante, imprevisível ou abusadora, criando a expectativa de que os outros não lhe proporcionaram um grau normal de suporte emocional. Lisa adopta um estilo cognitivo e comportamental oposto ao que seria de esperar, adoptando comportamentos narcisicos e anti-sociais, numa tentativa de compensação da sua privação emocional. Ao mesmo tempo, pode ser posta a hipótese da família de origem ter sido permissiva, sobre-indulgente, não impondo limites, caracterizando-se por falta de orientação, direcção e supervisão adequada. Enquanto criança, Lisa pode não ter sido levada a tolerar níveis de frustração ou desconforto normais. Embora parecendo, isto não é uma análise linear, nem tão pouco superficial, levou horas de análise dos seus comportamentos e frases, ditas ao longo do filme, através de uma base teórica e amplamente investigada por profissionais de saúde. Muito mais poderia ser dito acerca desta personagem e da sua componente psicológica e muito há para explicar acerca das inferencias aqui retratadas, mas não querendo ser enfadonha, convido a verem o filme com olhar atento e critico e, caso estejam interessados em saber mais sobre o conteudo psicológico, façam as questões no blog que terei todo o gosto em responder. Demais acrescento que adorei fazer esta análise e agradeço ás minhas colegas que me ajudaram - Juliana e Rita, amigas do coração, das horas más e dos trabalhos e, ao meu professor da cadeira de Terapias cognitivo-comportamentais nas Perturbações de Personalidade - Mestre Daniel Rijo.
1 comentário:
Olá. Gostei muito da critica feita ao filme "Girl, interrupted". Vou tomar a liberdade de solicitar á Felisbela o seu endereço de e-mail ou qualquer outra forma de a poder contactar, se assim poder ser, com vista a conhecer melhor o seu trabalho feito ao filme já referido. Sou aluna de Psicologia.
Atenciosamente,
Tânia
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